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Foto do escritorRevista PetSerra

Ter CÂNCER não é sinônimo de MORTE!



Nos dias atuais, devido a maior aproximação de cães e gatos com o ser humano, os diagnósticos de câncer em pequenos animais se tornaram mais frequentes. A rotina de pacientes oncológicos compreende em sua maioria pacientes geriátricos (idosos), em torno de 90% possuem 10 anos ou mais. Porém, tem aumentado consideravelmente o atendimento a pacientes jovens, entre 2 e 5 anos de idade. Esses possuem uma similaridade entre raças, genética, porte e doenças primárias, que acabam por aumentar as chances do desenvolvimento do câncer.

É importante ressaltar que, no caso de pacientes oncológicos idosos, muitos já têm outras doenças concomitantes, como cardiopatia, nefropatia, doenças endócrinas, obesidade, problemas ortopédicos, caquexia... sendo fundamental que o médico veterinário oncologista saiba realizar um tratamento multidisciplinar a esse paciente. Temos que ter claro que ser idoso é uma condição e não uma doença. Um animal não pode ser excluído de tratamento oncológico pela idade. Precisa ser avaliado o conjunto todo, porque esse paciente tem muito para viver ainda, com qualidade, livre de dor e sofrimento.

Sabemos o quanto é difícil quando não se sabe muito sobre o assunto, mas é importante que todos os tutores tentem manter a calma frente a um diagnóstico de câncer em seu pet, porque ter câncer não é sinônimo de morte, existe muito o que fazer. Independentemente de qual estágio a doença esteja, a medicina veterinária já avançou tanto que existem inúmeras modalidades terapêuticas para tratar os pacientes oncológicos.

É de extrema importância um tratamento individual e multidisciplinar para o pet diagnosticado com câncer. Devemos também atentar para o controle de dor nesse paciente. Todos os tumores causam dor, alguns são mais brandos, outros excruciantes. Várias combinações entre fármacos e outras terapias são utilizadas para amenizar e controlar a dor. O conhecimento do comportamento tumoral, progressão da doença, fatores prognósticos e preditivos, morfologia, expressão de oncogênese e alterações genéticas são fundamentais para a seleção e o sucesso das terapias para prevenir a recorrência do tumor e, dessa forma, aumentar a sobrevida do paciente.


Entendendo mais sobre o Câncer Assim como nos seres humanos, a célula é a unidade menor e mais básica no organismo animal. O corpo todo é formado por células, elas crescem e morrem de forma ordenada e regular. Normalmente células saudáveis se multiplicam quando necessário e as velhas ou danificadas são destruídas quando o organismo não precisa mais delas.

Quando uma célula doente ou danificada não é destruída e eliminada do organismo, ela começa a se reproduzir, criando cada vez mais células “ruins”. Esse crescimento desordenado de células pode comprometer órgãos e tecidos que estão próximos ou distantes do local doente. É assim que se forma o câncer, chamado também de tumor ou neoplasia maligna.


Não adie, o Câncer NÃO espera!

Em muitos casos, os processos neoplásicos surgem de forma silenciosa e os pets possuem uma grande tendência em não demonstrar dor ou qualquer sinal de incômodo da doença. Por isso é tão importante que os tutores levem seus pets periodicamente para consultas de check-up, principalmente após os 6 anos de idade. As idas ao veterinário com regularidade auxiliam na descoberta de várias doenças (com o câncer não é diferente), trazendo a possibilidade de tratamento precoce e com altíssimas taxas de sucesso.

Apareceu um nódulo no seu pet, não importa o tamanho, alguma ferida que não cicatriza ou qualquer alteração na pele ou no comportamento? Não espere, procure um atendimento especializado. Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores serão as chances de cura.

Vejo muitos pacientes sendo condenados à morte porque receberam um diagnóstico de câncer ou até mesmo quando ainda nem se tem certeza da doença. Nem todo crescimento nodular é maligno, precisa ser analisado com cautela, através de exames complementares, antes de fazer uma afirmação tão delicada. Em alguns casos, o câncer é uma doença crônica, como muitas outras, e os pacientes podem viver bem e com qualidade de vida. Existem apresentações da doença de forma mais agressiva, mas também há pacientes que conseguem chegar na cura. Precisamos desmitificar a doença e parar de condenar os pacientes à morte. Existe muito a ser feito por eles!

Frequentemente sou questionada por alguns tutores ou por pessoas que não possuem muito entendimento sobre o câncer sobre o seguinte: Vale a pena operar pacientes tão idosos? Será que vão suportar uma anestesia? Será que vão suportar a cirurgia?

E sempre respondo: Depende, ser idoso não significa que não poderá realizar uma anestesia, tampouco uma cirurgia, desde que todos os exames pré-operatórios estejam de acordo, as condições físicas e clínicas desse paciente estejam satisfatórias, e a equipe seja qualificada para tal cirurgia, não existe impedimento.

A idade, se for avaliada isoladamente, nunca vai ser parâmetro de decisão para tratamento. Na minha rotina, a maioria dos pacientes são idosos (10, 14 e 16 anos), e se eu analisasse somente a idade como fator decisivo para tratamento, quase nenhum pet seria tratado.

É só pensarmos da seguinte forma: e se fosse seu avô ou seu pai, não faria tratamento só porque eles já são idosos? E se fosse você? Gostaria que, quando você ficar idoso, lhe deixassem sem tratamento ou sem medicação para dor? Quem sempre vai expor e decidir sobre as possibilidades de tratamento é o médico veterinário oncologista, juntamente com a família do pet. Somente o tutor poderá dizer se vale a pena ou não tratar, pois ele sabe o que aquele Pet significa em sua vida!


Não importa o tamanho do tumor e nem a idade do seu Pet, sempre será uma luta contra o tempo.

Em casos mais avançados, a cura pode não ser tão provável, mas a qualidade de vida, livre de dor e sofrimento,

junto com o controle da doença, é possível.


Tassiane de Oliveira Candido

Médica Veterinária com pós-graduação em Oncologia de Pequenos Animais, coordenadora dos cursos de pós-graduação em Clínica Médica e Cirúrgica da Qualittas Caxias e membro da ABROVET (Associação Brasileira de Oncologia Veterinária) (54) 9 9115-6453 @oncoclinvetrs



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